quinta-feira, 1 de dezembro de 2011


Militarização do Cáspio


Os Estados Unidos tencionam deter a Rússia na região do Cáspio, contribuindo para a militarização dos países vizinhos devido “à crescente importância da segurança do Cáspio nesta região rica em petróleo e gás”, declara-se abertamente na edição americana EurasiaNet que cita fontes no Departamento de Estado dos EUA. Trata-se em primeiro lugar de concessão de ajuda no desenvolvimento das forças navais do Azerbaijão, do Turquemenistão e do Cazaquistão. A edição afirma que estes países “pretendem construir as suas forças navais praticamente a partir do zero”, apesar de que Baku, Astana e Achkhabad terem no Cáspio flotilhas bastante imponentes (sobretudo Baku). Mais do que isso, comparando as forças navais na região, torna-se evidente que o Azerbaijão cede pela força apenas à Rússia, ultrapassando o Irão. Resumindo, em perspectiva, os Estados Unidos planeiam envolver o Azerbaijão na Aliança Atlântica do Norte, para aproveitá-lo em seus interesses.
Dispensa-se muito menos atenção aos restantes países. Na etapa actual, não se discute a possível participação do Turquemenistão na NATO ou nas “operações de paz” conjuntas. Por enquanto, os americanos têm um objectivo de organizar a preparação de marinheiros turcomenos em inglês no quadro do programa de IMET. O Cazaquistão tem também para os Estados Unidos uma importância de segundo grau. O Departamento de Estado declara a intenção de modernizar a aviação de combate da Força Naval daquele país, inclusive os helicópteros militares norte-americanos de que o Cazaquistão dispõe. Neste contexto, pergunte-se para que os Estados Unidos precisam de militarizar a situação no Cáspio? A primeira ideia que se sugere são jogos em torno de recursos ricos de petróleo e de gás na região. A Casa Branca reconhece também que “um golpe contra as infra-estruturas de petróleo e de gás no Cáspio seria um golpe contra a economia mundial”. Provavelmente, faz uma alusão à realização do projecto Nabucco, pelo qual está previsto fornecer recursos energéticos da região ao mercado ocidental, debilitando a dependência energética do Ocidente em relação à Rússia.
Por outro lado, os Estados Unidos reconhecem que esta já não é primeira tentativa de ajudar no desenvolvimento das forças navais dos países referidos. Anteriormente, no quadro da iniciativa “Guarda do Cáspio”, Washington já lhes entregara lanchas de patrulhamento. Mas agora. Pelos vistos, o assunto é muito mais sério. O Cáspio desempenha um papel muito importante na geopolítica dos Estados Unidos que prendem fixar-se a qualquer preço na região. Trata-se não apenas de controlo de recursos energéticos locais. Para os Estados Unidos isso é vantajoso para posteriores planos agressivos em relação à China, à Rússia e ao Irão. A principal aposta faz-se no Azerbaijão, com a elite política do qual os Estados Unidos estabeleceram contactos sobretudo estreitos. Envolvendo este país e os Estados restantes da região na cooperação político-militar, a América obtém grande probabilidade de influenciar a sua política. E se alguém não se comportar assim como deseje a Casa Branca, ele poderá ser ameaçado de renúncia a abastecer peças sobressalentes e munições. Por enquanto, todos os países do Cáspio, à excepção da Rússia, reforçam rapidamente as suas forças navais no mar. Em conformidade com os programas de armamentos dos países do Cáspio, o número de neves de combate de alguns deles crescerá para 2015. Mas é evidente uma tendência de militarização. É absolutamente claro que os países, prevendo quaisquer ameaças militares no futuro, se armam uns contra outros. Tal política não reforça a estabilidade na região.

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