quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

GASODUTO NABUCCO


Problemas principais do desenvolvimento do Nabucco: história do projecto


O primeiro e, provavelmente, principal problema da construção do gasoduto consiste na base de matérias-primas ou, nomeadamente, na sua insuficiência. O país que deve fornecer gás pelo “corredor sul” é o Azerbaijão, em que a jazida Chakh-Deniz-2, com uma potência de 16 mil milhões de metros cúbicos, deve entrar em exploração em 2017. Outras possíveis fontes foram referidas o Irão, que é excluído por razões políticas devido às sanções por parte dos Estados Unidos, o Iraque, onde a situação não é simples por força de uma certa ruína que reina no país, assim como devido às necessidades do Iraque em gás natural para satisfazer a sua própria indústria interna.
Portanto, não é evidente que o Iraque estará disposto a fornecer os necessários volumes de gás. Foi previsto, em particular, que o Nabucco fornecerá não menos de oito mil milhões de metros cúbicos de gás. Em primeiro lugar é o Turquemenistão, mas surgem novamente os problemas da construção do gasoduto Trans-Cáspio e vários problemas afins. Em menor grau trata-se do Egipto, de fornecimentos de gás pelo gasoduto árabe, que não irão superar mil milhões de metros cúbicos. Sumariamente, estes volumes são pretendidos, no mínimo, por três projectos do “corredor sul” – são o Nabucco, o ITGI e o TAP. Respectivamente, a potência sumária destes projectos ultrapassa consideravelmente as possibilidades das fontes referidas. Por outro lado, a Rússia pretende também a Chakh-Deniz-2. Existe um contrato que prevê a possibilidade de aumentar os fornecimentos de gás azeri à Rússia para três mil milhões de metros cúbicos. O chefe da Gazprom, Alexey Miller, disse que a Rússia está disposta a comprar tanto gás quanto o Azerbaijão pode vender. Mas o consumo interno de gás no Azerbaijão também cresce. Por isso não se compreende quanto gás ficará e qual dos três projectos referidos, que competem dinamicamente entre si, receberá este gás. Outro problema-chave é uma procura incerta de gás na Europa, que, segundo os actuais prognósticos, pode diminuir ou crescer para 2020. Em outras palavras, os preços podem variar significativamente. Por isso não se sabe como será a procura de gás e se será possível vendê-lo. O terceiro problema é de carácter político, ligado em primeiro lugar à Turquia que apresentou uma série de condições bastante sérias para realizar o projecto no seu território. Trata-se, em particular, de bastante grandes volumes de gás a um preço baixo, construção de fábricas no seu território que forneceriam, por exemplo, tubos para estes projectos, etc. Para além disso, estes projectos, apesar da declaração da Comissão Europeia, não têm por enquanto suficiente apoio político. A Comissão Europeia anunciou a disposição de conceder 250 milhões de euros para o projecto Nabucco. Mas este montante é insignificante, levando em consideração que o preço total do projecto não é inferior a 8 mil milhões de euros. Portanto, será necessário procurar este dinheiro à conta de fontes externas.
Existe mais um problema importante: foi anunciado que o projecto custaria 7,9 mil milhões de euros. Mas esta avaliação foi feita ainda há três anos e muito mudou nos tempos passados. Na Primavera deste ano surgiram boatos, aliás refutados, de que o custo do projecto teria aumentado para 12-15 mil milhões de euros. A companhia declarou que por enquanto que o projecto se estima oficialmente em 7,9 mil milhões de euros e que uma nova avaliação precisada será anunciada no fim do ano. Evidentemente, o custo subirá não sendo menos de 10 mil milhões de euros. Respectivamente, se as companhias accionistas do projecto duvidavam se vale a pena realizar este projecto com o anterior custo, agora, levando em consideração o seu aumento, a probabilidade da realização do projecto será ainda menor. Por outro lado, até hoje não foi possível entender-se com os bancos que poderiam conceder créditos para a construção deste gasoduto. 

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